segunda-feira, 7 de junho de 2010

SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR! 3

Curitiba, 07 de junho de 2010.

Dando continuidade à proposta de refletirmos em torno dos ensinos de Jesus através da oração do Pai Nosso, seguiremos a partir do Cap.5 versículo 7 que diz:

“7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. 8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.”

Fica evidenciado que a oração proposta não tinha como objetivo principal dar a Deus informações a respeito de nossas necessidades, visto que ele as conhece bem.

Sendo assim, Jesus ao falar “não vos assemelheis, pois, a eles” - estava se referindo aos pagãos, adoradores de Baal[1], no Carmelo, e os adoradores de Diana[2], em Éfeso, que, assim como os adoradores modernos, são exemplos disso, pois pensam que “cansando seus deuses” com repetições conseguirão o que lhes pedem; os gentios habitavam entre os judeus, sendo assim, a forma de oração praticada pelas populações gentílicas eram bem conhecidas pelos ouvintes de Jesus. Os fariseus também tinham como prática muitas rezas formais e pouco se importavam com seus significados. Essa é a razão pela qual Jesus nos adverte para que não façamos igual.

Até aqui entendemos que Jesus está dando recomendações quanto ao procedimento a ser adotado ao realizarmos nossas orações. Daqui em diante, podemos entender que Jesus passa como exemplo uma oração com o seguinte teor:


Versículo 9:

Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Vamos agora ver uma passagem que além de estar relacionada a este versículo, também me influenciou na escolha do título desta série de estudos e se encontra em Lucas no cap. 11 nos versículo de 1 a 4,

»LUCAS [11]

“1 Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. 2 Ao que ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; 3 dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano; 4 e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.)”

As palavras de Jesus em Lucas “quando orardes, dizei:” assim como “portanto, orai vós deste modo:” em Mateus, nos leva a entender que seu papel principal da oração do PAI NOSSO é o de servir como modelo de oração e não como uma “reza” a ser usada como repetição. Porém, isto não significa que ela possa fazer parte de nossas orações, especialmente nos casos citados no início destes textos, com propósitos específicos e com consciência de seu conteúdo “didático” para nossas vidas.

No início da primeira frase do versículo 9, Jesus, ao se dirigir a Deus como PAI NOSSO, incluiu todos em sua oração. Ele nos faz lembrar que devemos abandonar nossa individualidade, egoísmo e espírito de superioridade, nascidos muitas vezes da diferença de posição social ou conhecimento intelectual. Além disso, nos mostra que nossas petições devem sempre estar relacionadas direta ou indiretamente na vida dos demais, focadas no relacionamento familiar, na amizade, afetividade, compreensão e generosidade. Ou seja, nossa oração deve ser uma oração inclusiva.

Jesus, mais do que ninguém, poderia ter dito “MEU PAI QUE ESTÁ NO CÉU”, pois é filho legítimo. Mas seu espírito de unidade e o amor que tem por seus irmãos o levam sempre a interceder por todos. Por este motivo deseja que oremos com uma postura de intercessores.

Observamos também, que Jesus mostra de maneira clara, que nossas orações devem ser realizadas sem intermediários. Ou seja, que eu e você devemos e podemos nos dirigir diretamente ao grande “EU SOU”, ao nosso Deus.

Aqui cabe a observação já realizada anteriormente quanto ao fato de que no Antigo Testamento, o próprio Deus havia determinado que o povo fosse representado pelo Sumo sacerdote, razão pela qual alguns de nós têm mente que ainda hoje necessitamos de intermediários para levar a Deus nossos agradecimentos e petições. Mas precisamos lembrar que uma das funções de Jesus entre os homens foi acabar com esta necessidade.

É importante entendermos que há uma diferença significativa entre interceder e intermediar. Uma nos une em torno da busca por soluções de necessidades individuais ou coletivas (interceder), outra outorga uma ou mais pessoas a pedir ou agir em nome de alguém ou de um grupo na busca por estas soluções (intermediar).

Hoje, observamos em nossas comunidades de fé a necessidade de sermos e agirmos como intercessores. E isto só se dá com sucesso a partir do momento em que nos relacionamos verdadeiramente com as pessoas, pois é através destes relacionamentos que conhecemos e entendemos o que aflige o coração de nosso próximo, podendo assim “interceder” (não intermediar) junto a Deus para que sejam “socorridos”.

Ao falar: ...santificado seja o “teu nome”, Jesus se referia ao caráter ou à essência de Deus, o que ele realmente é.


Versículo 10:

“venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu (como no céu, assim na terra);

Jesus novamente trata aqui de uma petição. Entendemos que Jesus queria estabelecer literalmente seu reino sobre a terra, o que seria a manifestação de Deus no Mundo. (Mat 3.1,3)

1 Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia, 2 dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. 3 Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Para os judeus - “O homem que não menciona o reino de Deus em suas orações, nem ao menos ora”.

Esse reino aqui na terra está relacionado diretamente à expansão da influência dos ensinos de Jesus. O Reino de Deus será totalmente estabelecido quando o último inimigo for vencido, à volta do senhor.[3] Para um melhor entendimento podemos observar o texto de I Cor. 15.24-28:

“24 Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. 25 Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. 26 Ora, o último inimigo a ser destruído é a morte.

27 Pois se lê: Todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz: Todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. 28 E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.”

Quanto ao termo tua vontade”, está diretamente relacionado à obediência dos anjos para com Deus, praticada com perfeição, e assim digna de exemplo. Jesus queria que a vontade de Deus fosse totalmente cumprida na terra, fazendo com que os homens fossem transformados, a tal ponto que a vontade de Deus cumprida no céu seria igualmente cumprida na terra. Ou seja, com a mesma presteza, dedicação e obediência.

Entre tantos questionamentos que podem surgir até aqui, me vem à mente a pergunta:

Será que conseguimos entender a responsabilidade que nos cabe a partir do momento que nos identificamos como seguidores de Jesus Cristo?

Temos cumprido os propósitos de Deus em nossas vidas com a obediência semelhante a dos anjos que estão nos céus, que nem se quer questionam a vontade de Deus?

Temos realmente crido que Deus está no controle de nossas vidas de tal forma que nos colocamos à sua disposição para que sua vontade seja feita aqui na terra?

...continua...

[1] Baal – O deus do Sol (John D. Davis – Dicionário da Bíblia)

[2] Diana – Nome dado pelos romanos a deusa Artemis que presidia aos divertimentos da caça (John D. Davis – Dicionário da Bíblia).

[3] F. Davidson. Novo Comentário Bíblico, vida nova, p956.

4 comentários:

  1. Excelente..fico aguardando a continuação. A oração é algo tão importante, mas que a maioria, e realmente é a maioria mesmo, não tem conhecimento a respeito. Eu, por diversas vezes me questiono, e ler a respeito disso é de muito valor. Que esses pequenos textos possam se transformar - e quem sabe não seja assim - em um bom livro sobre oração. Tio Marcos, espero que todos nós, cristãos, tenhamos esse desejo de conhecer melhor a Cristo, e fazer como você faz, transpor isso em palavras, para que todos os que tiverem interesse possam acompanhar.
    Abração!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. "Fica evidenciado que a oração proposta não tinha como objetivo principal dar a Deus informações a respeito de nossas necessidades, visto que ele as conhece bem."

    E não é bem isso que quase todos nós (me incluo) acabamos por fazer uma hora ou outra?


    "Observamos também, que Jesus mostra de maneira clara, que nossas orações devem ser realizadas sem intermediários"

    Canso de expor isto para meus colegas... parece que é difícil fazer entender algo tão simples! (para nós!)

    Muito interessante o texto, parabens tio! Assim como o Ander, aguardo a continuação!!

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